Para nós é difícil visualizar como era o cristianismo primitivo. Certamente era muito diferente do cristianismo que conhecemos hoje. Não havia prédios bonitos, não havia seminários João, não havia faculdade cristã, não havia escola dominical, nem havia corais. Somente pequenos grupos de crentes. Pequenos grupos de comunhão e crescimento cristão. No início, não existia nem o Novo Testamento. O próprio Novo Testamento não foi a causa destes pequenos grupos de comunhão, mas sim o resultado deles. Assim, os primeiros livros do Novo Testamento foram cartas escritas e estes pequenos grupos, em parte por causa de suas dificuldades, perigos e tentações. Tudo o que eles tinham era a comunhão, nada mais. Não tinham posição, nem prestígio, nem honra. Os cristãos primitivos não eram pessoas de posição, mas tinham um poder secreto entre eles, e este poder secreto era resultado da forma como eles eram membros uns dos outros.
Hoje, o que mais se aproxima deste cristianismo simples, desprovido de qualquer vaidade, e que existia no dia a dia da igreja primitiva, são os chamados Pequenos Grupos - reuniões familiares em que, a cada semana, o "poder secreto" do amor faz com que pessoas, unidas pela fé, compartilhem suas dificuldades e dúvidas, amadureçam na sua comunhão com Deus e, sobretudo, gastem tempo uns com os outros. Em nossos dias, o desafio do Pequeno Grupo Multiplicador resgata a essência do que é a igreja a partir das páginas do Novo Testamento. As Escrituras nos ensinam a desenvolvermos relacionamento de edificação mútua. Congregar não não se resume em louvor e pregação, mas também em oração e ministração uns aos outros: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras" (Hb 10.24). Cada membro do corpo de Cristo é um ministro e deve servir a seus irmãos no Senhor, e o Pequeno Grupo Multiplicador (também chamado de Grupo Pequeno, Grupo Familiar, Célula, ou qualquer outro nome que se queira dar) é o lugar onde melhor este princípio pode ser praticado. Como já foi mencionado, a igreja reunida nos lares foi a estratégia utilizada por Deus nos primórdios do cristianismo para não somente manter a fé, bem como fazê-la crescer e se espalhar por todo Impe´rio Romano. Na sociedade moderna, tão intensa quanto acomodada e individualista, o Pequeno Grupo Multiplicador representa oportunidades que ultrapassam o período do culto no templo. Seus objetivos podem ser resumidos em cinco pontos: 1. Alicerçar amizade e companheirismo entre os membros da igreja de forma segmentada (casais, jovens, adultos, solteiros e idosos); 2. Não deixar isolado nenhum membro da igreja; 3. Integrar os novos convertidos e levá-los ao crescimento cristão; 4. Integrar os novos membros que chegam à igreja; 5. Orar por alvos de conversão e evangelizá-los.
Os relacionamentos são o objetivo central, além do crescimento espiritual consequente. Tenho plena convicção de que este é um caminho que na jornada cristã não tem volta. Que Deus nos dirija nessa caminhada. Vamos juntos?
João Reinaldo Purin Júnior - Pastor da IB do Méier, RJ